Regras de liderança no mundo digital

Veja como formar equipes de sucesso com propósito, inovação e boas práticas

Por Alexandre Velilla Garcia, CEO do Cel.Lep e sócio-fundador da construtora QUEST e da Flex Interativa

Liderar uma organização no cenário atual é mais do que um desafio. Trata-se de um exercício contínuo de reinvenção. Isso ficou ainda mais claro para mim ao reler um artigo de Deborah Ancona, fundadora do MIT Leadership Center. Ela lembra que o bê-á-bá da administração contemporânea indica agilidade, foco no cliente e novos modelos de comando.

No novo mundo dos negócios, a liderança não irá mais se identificar apenas pela posição hierárquica. É preciso ser articulado, ter qualidades para identificar mudanças e cultivar essas características na equipe. Além disso, o líder precisa criar um time flexível, colaborativo e eficiente, com fortes parcerias internas e externas. Ao lado de outros pesquisadores da MIT Leadership Center, Deborah Ancona elaborou cinco regras de ouro para líderes corporativos do mundo digital. Confira.

  • Comunique a assinatura da sua liderança. Não basta mostrar que há uma pessoa no controle. É preciso demonstrar a sua marca. Isto é, quem você é na figura de líder e como enxerga o trabalho. A sua assinatura pode ter características muito próprias. O seu foco pode ser nas tarefas ou nas pessoas. A sua imagem pode ser de um líder visionário, ou mais discreto atuando nos bastidores quase como um coach. Pode encorajar a inovação ou jogar energia no core business. Cada um desses aspectos gera impactos diferentes na equipe e é capaz de determinar a cultura da empresa.
  • Seja um sensemaker. O termo foi criado pelo teórico organizacional Karl Weick. Podemos defini-lo como o papel de um líder na criação de sentido para o trabalho. Líderes precisam se atualizar na concepção do significado de tudo o que fazem, até para acompanhar as mudanças nos modelos de negócios, comportamentos do cliente, tecnologias, mercados, aspectos regulatórios e nas forças de trabalho.
  • Monte times de elite. O líder corporativo assume o papel de técnico de uma seleção dos melhores entre os melhores de cada área para desenvolver estratégias, promover inovação, trabalhar networking interno e externo. Esse tipo de profissional é essencial. Cada um desses “craques” se torna naturalmente um embaixador da empresa para buscar talentos e novos recursos. Além disso, esclarecem objetivos e estratégias, alinham atividades e coordenam tarefas.
  • Substitua tendências tóxicas por lideranças direcionadas a desafios. O título fala por si. Os líderes precisam deixar de lado, imediatamente, hábitos autoritários, como denegrir subordinados e ser hipercrítico. Não se conseguem bons resultados sendo agressivo e insensível. Os líderes precisam reunir a equipe em torno de um propósito. Esse tipo de foco nos levou à Lua e à cura de incontáveis doenças.
  • Construa sistemas que tornem tudo isso possível. Para isso é preciso desenvolver três tipos de líderes: empreendedores (motores de inovação), capacitadores (identificam projetos e oportunidades de colaboração, além de treinar os empreendedores) e arquitetos (cultivam sistemas, estruturas e cultura dentro da empresa).

Essas ideias nos apresentam um estilo de liderança visionária e resiliente. Estamos diante de um modelo que possibilita a criação de uma inteligência coletiva, em que todos pensam de forma mais estratégica. Ainda que não seja fácil abraçar essas cinco regras, elas são uma seta apontando um caminho novo. O caminho do sucesso.

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