Nossos desafios

Setor de Foodservice buscou reinvenção após prejuízos do primeiro semestre

Por Thiago Theodoro, Líder de Vendas e Trade Marketing de Food Service na Cargill Brasil

Ao que parece, este ano vai demorar a terminar. Provavelmente, irá muito além de 31 de dezembro. A pandemia mudou tudo para todos. Participei de uma conferência no início de março com outros líderes do setor de Foodservice. Essa reunião em vídeo reuniu representantes de cinco continentes. Todos estavam muito preocupados com as pessoas e reportando previsões de quedas nas vendas de até 80% para março e abril.

O Brasil vivenciava então um cenário mais calmo, com previsão de leve queda. As preocupações maiores diziam respeito a uma possível dificuldade na cadeia de suprimentos, nos insumos importados dos mercados afetados. Mas o que ficou demostrado é que de leve a queda do nosso mercado não tinha nada.

Ainda em março, eu já estava entregando o meu apartamento em São Paulo e solicitando à família que fizéssemos, com urgência, estoque de alimentos e insumos básicos. Isso valeria para os três meses em nosso “bunker” no Rio de Janeiro. Era o início de uma longa jornada de novidades na vida de todos nós.

O setor de Foodservice responde pela alimentação produzida fora do lar. Desde o buffet a quilo até a pizza que pedimos por delivery — tudo isso é Foodservice. Segundo dados da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), o setor gerou, em 2019, um valor agregado total na economia de R$ 463 bilhões e empregava cerca de 6 milhões de pessoas.

Vivemos, no entanto, um colapso global com a pandemia. No auge da queda, no final de março, dados do índice ICVA-Cielo davam conta de que houve retração de 81% no Brasil. O café da manhã na padaria, o almoço durante o expediente, o jantar nos hotéis, todos foram afetados pelas restrições e lockdowns. Essas medidas foram necessárias para garantir o isolamento social e frear o contágio. A prioridade era salvar vidas.

No Brasil, antes da pandemia, tínhamos 34% da despesa de alimentação em Foodservice, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Dados de julho nos dizem que isso se retraiu para 25%. A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) estima que, aproximadamente, 300 mil empresas do setor já fecharam, com uma perda de 1,5 milhão de empregos.

Diante de tanto sofrimento humano e nos negócios, vimos muitos movimentos de solidariedade. A Cargill, por exemplo, doou mais de US$ 35 milhões no mundo.

Com o lema “juntos pelo pequeno varejo”, o Movimento Nós reuniu gigantes dos setores de alimentos e bebidas – Coca-Cola, Pepsico, Ambev e Nestlé estão entre elas – para auxiliar os negócios no processo de reabertura. Outras tantas iniciativas buscaram orientar, educar e dar suporte às micro e pequenas empresas. De acordo com o Sebrae, elas representam mais de 93% dos estabelecimentos do “food” no Brasil.

Depois de quase nove meses, temos uma nova realidade para bares e restaurantes. Esses estabelecimentos estão arcando com novos custos. Ao mesmo tempo, criaram novos canais de venda e estão redimensionando seus espaços físicos. Aliado a tudo isso, podemos dizer que tivemos um avanço tecnológico de cinco anos em apenas cinco meses.

O tal “novo normal” vem da característica empreendedora e inovadora do setor. O Foodservice é fundamental para necessidades e desejos, sustentabilidade e indulgência. É mais que um modal de alimentação. É a sobrevivência humana.

E, juntos, somos mais fortes.

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