É preciso ser global

Em 2021, as empresas têm de internacionalizar seus negócios

Por Leonardo Freitas, CEO da Hayman-Woodward

Sim, o mundo ficará mais globalizado. A integração econômica faz parte de um novo contexto histórico e, por isso, a necessidade de internacionalizar negócios nunca ficou tão relevante. Apesar do grande contraponto que estamos vivenciando com a pandemia, nunca o mundo esteve tão aberto à expansão de negócios tendo a internet uma grande aliada para essa conexão.

O que percebemos é que os executivos sempre nutriram a vontade de conquistar novos mercados; mas o medo do desconhecido e a ideia de investimentos estratosféricos traziam insegurança para estes sonhadores. O fato é que a pandemia chegou para dar este pontapé e facilitar ainda mais a realização de sonho empreendedor.

Nos últimos cem anos, os Estados Unidos cresceram de forma avassaladora, por conta justamente das oportunidades que o país oferece aos empreendedores; sejam eles pequenos, médios e grandes. “We are open for business.” Esse sempre foi o mantra da economia americana. Temos que entender de uma vez por todas que os americanos querem e apreciam empresas estrangeiras e principalmente as brasileiras que se estabelecem em terras americanas.

Temos casos de sucesso como o Grupo Gerdau, Embraer, Citrosuco, Bauducco, Tramontina, Grendene e tantas outras que atuam fortemente no mercado norte-americano. Dados recentes da APEX revelaram que 70% das empresas brasileiras em território americano estão estabelecidas na Flórida. O segundo maior estado que recebe os nossos irmãos empresários brasileiros é o Texas.

Esta presença mostra o quão é importante dolarizar a receita de qualquer negócio e isso não é um privilégio apenas para os grandes e sim para os pequenos e startups que buscam uma economia mais sólida e proteção jurídica nos contratos. Os Estados Unidos não são só o destino para empresas, mas a forma pela qual a sua companhia vai aprender a ser um player global, com boas práticas de negócios e boa competitividade. Cerca de 1/5 das exportações dos EUA para o mundo são de empresas estrangeiras estabelecidas em solo americano.

Antes, apenas grandes empresas expandiam-se para o mercado global, pois eram as únicas a conseguirem altos investimentos que esse tipo de operação demandava. Hoje, pequenas e médias empresas internacionalizam os negócios, não apenas para os EUA, mas também para os Emirados Árabes, Hong Kong e Singapura. A globalização abriu as fronteiras para ideias, pessoas, tecnologia e conhecimento.

Uma dica importante para que a internacionalização tenha sucesso: além de ter uma boa ideia de negócio, é imprescindível que o plano desse negócio esteja realmente bem alicerçado, principalmente no quesito financeiro. Quando falamos em internacionalizar, o planejamento tributário é um componente importantíssimo para o sucesso deste novo business. A contratação de profissionais capacitados também é muito relevante, mas entender o cenário mercadológico evitará que prejuízos derrubem este investimento nos primeiros anos.

Para quem planeja aportar negócios nos Estados Unidos este é o melhor momento. No último dia 20, o Presidente Joe Biden tomou posse na Casa Branca e imediatamente assinou 12 ordens executivas que resultarão num ânimo positivo para o aumento das relações comerciais entre países. A visão democrata do novo presidente vai contribuir para que o mundo volte a trocar divisas com maior intensidade.

O desenvolvimento sempre avança com este fomento nas relações de negócios e isso a própria história nos revela; o isolamento de mercados em nada contribui para o crescimento de uma sociedade. Estamos otimistas neste sentido de que o mundo volte a girar novamente, e você, empreendedor, faz parte desta importante engrenagem.

A vez do Food Service

Adequado aos novos hábitos de consumo, setor deve ter um cenário promissor em 2021

Por André Gasparini, diretor comercial da Agropalma

O ano de 2020 foi desafiador para praticamente todos os setores da economia. A crise de saúde e sanitária causada pela pandemia atingiu com mais força alguns segmentos, como o de food service. A condição de isolamento social, como uma das medidas para conter o novo coronavírus, teve desdobramentos que mudaram até mesmo o perfil de consumo, entre eles, o alimentício. Restrições de funcionamento relacionadas aos horários e formas de atendimento exigiram que os estabelecimentos se adaptassem rapidamente, a fim de garantir sua receita e sobrevivência.

De acordo com dados levantados pela ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), em conjunto com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e projeções da Food Consulting, aproximadamente 25% dos operadores de food service não resistiram à crise e encerraram suas atividades. Grande parte das falências se deve à falta de adaptação dos negócios aos novos canais comerciais, como os aplicativos de refeições com delivery e take away. O que antes era visto como uma ferramenta a mais para impulsionar as vendas, tornou-se a essência do empreendimento, devido à atual necessidade do consumidor.

Outro canal que também ganhou relevância no período foram as plataformas de promoção por meio das mídias sociais, que se tornaram verdadeiras vitrines virtuais para venda dos itens oferecidos, assim como seus diferenciais e lançamentos. Nesse ponto, podemos dizer que esses canais permitiram ir além da exposição comum às vitrines físicas, eles possibilitaram maior interação com o consumidor, entendimento de suas expectativas e necessidades, para aplicação de melhorias contínuas ao dia a dia do negócio. Foram como termômetros, com rápidos feedbacks, para que o operador pudesse avaliar seu nível de aceitação e preferência de seus clientes.

Essas plataformas foram também fundamentais para os novos negócios que surgiram no período. Com o aumento do desemprego, algumas pessoas precisaram se reinventar para garantir uma renda e muitas receitas culinárias de família foram colocadas em prática e oferecidas ao público. Ainda que de maneira informal, houve um aumento considerável dessa fatia do food service.

Embora todos os desafios enfrentados, os estabelecimentos que conseguiram atravessar esse período, de forma sustentável, contarão agora com um cenário menos competitivo e mais promissor, com a perspectiva de manter e até ampliar sua participação no comércio. Dentro desses novos padrões de funcionamento, impulsionados principalmente pelo delivery e take away, estima-se que o setor passará de uma queda de 32% em 2020 para uma alta em torno de 25% em 2021, segundo as projeções da Food Consulting.

Um futuro ainda incerto acaba trazendo insegurança à ponta de toda essa cadeia, fazendo com que os operadores do food service sigam com cautela em suas compras e investimentos em estoques. Mas, diante das perspectivas positivas, aos poucos, é possível sentir o mercado se adequando ao seu novo normal. Os desafios sempre existirão, mas eles também vêm acompanhados de oportunidades. Manter o otimismo e buscar novas soluções diante das adversidades nos torna mais fortes, nos faz seguir em frente e alcançar o sucesso. Juntos, vamos superar essas dificuldades para um futuro melhor para todos.

Surge um novo consumidor

Da pandemia, surge um novo consumidor que busca constantemente por soluções onipresentes, novos canais de compra e formas de pagamento

Por Vanesa Meyer, vice-presidente de Inovação da Visa América Latina e Caribe

A pandemia tocou o mundo inteiro e, em 2021, ficou evidente que estamos mais digitais do que nunca, o que vem provocando mudanças nos hábitos de consumo e nas preferências de pagamento . A terceira rodada do estudo Visa COVID-19 Consumer Sentiment revela algumas das tendência mais atuais às quais devemos ficar atentos na América Latina e no Caribe.

Os consumidores estão com fadiga da pandemia e querem sair de casa, apesar das preocupações sanitárias. Para 83% dos participantes do estudo, o principal destino de compras é o supermercado. As lojas de departamento vêm em segundo lugar e, na sequência, as instituições financeiras. O consumo também subiu e 66% dos consumidores dizem ter gastado o mesmo ou mais nos últimos três meses, contra 49% em julho de 2020.

Isso não significa que os consumidores estão migrando todo seu consumo para o mundo físico e, sim, que estão aprendendo a operar em um ambiente mais dinâmico e fragmentado. Estão saindo mais e buscando formas mais seguras e inteligentes de comprar e pagar. A pandemia provocou mudanças no comportamento do consumidor – o que antes parecia temporário, está se tornando permanente, e fazendo surgir um novo consumidor, que compra em qualquer lugar, a qualquer momento – especialmente se o vendedor oferecer opções de pagamento por aproximação.

Em lojas físicas, eles têm preferido usar cartões ao dinheiro (74% utilizam débito, enquanto 53% pagam em dinheiro). Mas assim como a moeda em espécie, as outras formas físicas de pagar têm sido menos usadas à medida que os consumidores alteram suas preferências por aproximação e carteiras digitais. Na terceira rodada do nosso estudo, quando indagados sobre seus 10 últimos pagamentos em um estabelecimento comercial físico, 48% dos consumidores disseram ter usado formas de pagamento por aproximação (cartões, carteiras, vestíveis), ante 23% em abril. As carteiras digitais continuam ganhando força e 20% dos consumidores dizem usá-las nos pontos de venda.

A tendência de pagamentos por aproximação confirma os padrões de consumo observados nos dados dos portadores de credenciais Visa na América Latina e no Caribe. Em novembro de 2020, a penetração dos pagamentos por aproximação na região ultrapassou a marca dos 15%, o que representa um crescimento anual de 130% na comparação com novembro de 2019.

Quando analisamos as compras online, vemos que o interesse pelo e-commerce continua forte – quase metade dos consumidores compra pela internet uma ou mais vezes ao mês, ao passo que 71% planejam manter a atual frequência de compras online. Além de terem aumentado o uso de credenciais de crédito e débito, os consumidores também aumentaram o uso de carteiras digitais em compras virtuais (26%), pois as consideram os métodos mais seguros para pagar nesse canal.

O apetite por novas tecnologias de pagamento e a confiança dos consumidores em novas tecnologias de pagamento também estão crescendo: 78% planejam usar novas tecnologias de pagamento no futuro e estão de olho em inovações como compras em redes sociais), transações P2P (de pessoa a pessoa), pagamentos via aplicativo de mensagem, biometria, criptomoedas entre outras formas.

A porcentagem de consumidores dispostos a experimentar as seguintes tecnologias quando estiverem disponíveis se apresenta da seguinte forma:

  • Plataformas de mensagens instantâneas e de redes sociais: 58%
  • Biometria: 42%
  • Criptomoedas: 25%
  • Internet das Coisas: 22%
  • Realidade virtual/realidade aumentada: 10%

Com a maior penetração das carteiras digitais na região, a crescente confiança na biometria e o P2P se firmando como opção de pagamento, vemos um consumidor muito mais aberto a novos canais de compras e a novas modalidades de pagamento. Um consumidor que se sente cada vez mais à vontade para entrar e sair de ambientes de pagamentos digitais na nuvem.

Nesse contexto, precisamos entender que a experiência de pagamento importa e criar conceitos onde os pagamentos sejam efetivamente uma ferramenta para empoderar e habilitar o consumidor. As empresas que se alinharem a essa realidade estarão mais aptas a atender os consumidores que buscam uma mobilidade e expansão na experiência de compra.

Para atendermos às crescentes demandas desse novo consumidor, na Visa, apoiamos a inovação de três formas principais:

  • Integramos o design em nossa estratégia e colocamos o cliente no centro de todas as nossas criações para habilitar as melhores experiências digitais aos consumidores.
  • Nossa tecnologia, produtos e serviços estão em constante evolução e usamos padrões abertos, APIs, conexões em nuvem e tecnologias avançadas de inteligência artificial e machine learning para entregar velocidade, confiabilidade, segurança e escala.
  • Em nossas parcerias e integrações na indústria, trabalhamos lado a lado de clientes e parceiros para co-criar a próxima geração de soluções de pagamento alinhadas com o mercado, resolvendo assim, problemas do mundo real.

Nossa missão é simplificar a vida das pessoas oferecendo-lhes maneiras mais seguras, convenientes e rápidas de pagar, por diferentes meios digitais.

Ford deixou o Brasil. Por quê?

O momento do mercado automotivo brasileiro não é dos melhores, mas é certo que a decisão da empresa americana não está embasada no presente e sim no futuro

Por Oskar Kedor, CEO e fundador da Mobility S/A

A americana Ford  anunciou que vai deixar o País. Esta decisão, já expressa como irrevogável, pegou a todos de surpresa. É a segunda grande marca do setor que deixa o Brasil “a pé”; a primeira foi a alemã Mercedes Benz. Muito se especula sobre as razões desse anúncio intempestivo: dólar nas nuvens, impostos elevados, meio ambiente agredido, política econômica frágil e redução de vendas. Isso tudo além da pandemia. Pode ser sim um pouco disso tudo ou tudo isso mesmo. E mais alguma coisa.

Analistas lembram dos carros elétricos, que a Ford demorou para enxergar como o futuro inexorável do setor. Outras empresas saíram em disparada na frente, como a Tesla, uma neófita no segmento automobilístico. Agora, a mais tradicional fabricante de automóveis do mundo, criada pelo lendário Henry Ford, busca desesperadamente recuperar o espaço perdido. E para tanto, está ceifando as arestas.

O setor automobilístico tradicional, movido a combustível fóssil, enfrenta uma encruzilhada impiedosa: muda e avança ou permanece como está e fenece. É apenas uma questão de tempo. Os carros elétricos ganham cada vez mais espaços na pista e numa velocidade impressionante. Na Noruega, por exemplo, mais da metade de sua frota de automóveis é formada por carros movidos a eletricidade. Outros países da Europa já definiram datas para banir de suas cidades os carros movidos a gasolina e diesel. Há anos o meio ambiente “grita” e, ao que parece, governos finalmente estão escutando e tomando as devidas providências.

O carro elétrico, não resta dúvida, é o vilão que hoje assusta o carro tradicional. É a eterna luta do moderno contra o antigo. A História está repleta de exemplos. O espaço, como no caso em tela, não permite a coexistência entre ambos os modelos. Apenas um sobreviverá.

Não se pode permitir, no entanto, que essa disputa, que ainda promete lances mais dramáticos, turve a visão e impeça de se ver o que mais está acontecendo no mercado de mobilidade e motivando decisões como a da Ford, de rever os seus modelos de negócios. Além do carro elétrico, há que se atentar para o novo consumidor, ou o consumidor dos novos tempos, que tem questionado o seu sentimento de posse, da necessidade de se ter, de ser o dono deste ou daquele bem. Dentre os vários produtos que a nova geração de consumidores considera transitório, de uso momentâneo, o carro é o principal deles.

Essa nova geração de consumidores é adepta do compartilhamento de bens. Várias empresas já se deram conta desse movimento e se preparam para se adequar às mudanças. Hoje, por exemplo, se qualquer consumidor quiser desfilar com um carro da última geração pelas principais avenidas do mundo, não precisa possuir o veículo; pode tê-lo apenas por algumas horas, por dia, semana ou mês. Essas novas modalidades de contrato – por assinatura, aluguel, eventual e por hora – estão crescendo e revelam a tendência do mercado de mobilidade, que ganhou impulso com a pandemia. Não é segredo que o transporte coletivo é foco de aglomeração e, por consequência, de elevado número de contaminação.

Conforme frisado no início, são várias as motivações para a saída da Ford do mercado brasileiro e estas não se restringem aos fatores políticos e econômicos do presente, mas também e principalmente às mudanças que a empresa já vislumbra em seu horizonte, tanto no modelo energético do produto que fabrica como nas diferentes maneiras da sua utilização pelo consumidor destes novos tempos. A Ford está olhando para o hoje, porém mirando para o amanhã.

PIX. Boas notícias?

O impacto do Sistema de Pagamentos Instantâneos para o mercado brasileiro

O impacto do Sistema de Pagamentos Instantâneos para o mercado brasileiro

Por Nedyr Pimenta Filho, diretor de Inovação da Provider IT

Pagamentos Instantâneos (PIX) já são uma realidade no Brasil. A tecnologia é uma iniciativa do Banco Central do Brasil (BCB) com o objetivo de aumentar a capilaridade de pessoas no mercado financeiro e, consequentemente, elevar a competitividade deste segmento. Segundo estudo realizado pelo Banco BS2 em parceria com o painel OpinionBox, 73% dos brasileiros bancarizados pretendem utilizar o PIX em suas transações. Mas, qual é o verdadeiro impacto do Sistema de Pagamentos Instantâneos para o mercado brasileiro?

O PIX trouxe muitas inovações. Entre elas, é importante destacar a utilização de chaves (CPF, e-mail e número do telefone celular) ou QR CODE para iniciar uma transação de pagamento, sem a necessidade de o pagador tramitar várias informações para realizá-la. O novo sistema trouxe celeridade ao processo de pagamento, uma vez que a maioria das transações passou a ser efetuadas em menos de 10 segundos, além da disponibilidade do serviço durante todos os dias do ano, mesmo aos finais de semana e feriados.

Outra funcionalidade inovadora é a possibilidade de anexar referências por meio de links da internet, com informações adicionais que podem trazer ao pagamento dados não financeiros como número de venda, itens dos pedidos, descontos, entre outros. Desta forma, estas são as características que tornam o PIX único: disponibilidade plena, multiplicidades de casos de usos, conveniência, informações agregadas, segurança e ambiente aberto, já que além dos bancos, outras instituições financeiras (PSP indiretos) têm acesso para operar com o sistema.

Segundo o Banco Central, o PIX é mais uma forma de pagamento que deverá coexistir com outras já existentes no mercado brasileiro. A expectativa é de que a tecnologia absorva, quase que por completo, o espaço existente para TED, DOC, Pagamento do Débito e Pagamento de Contas, substituindo o código de barras. Todas essas características causam um grande impacto, aumentando a competitividade no mercado financeiro com a inclusão do Prestador de Serviço de Pagamento – PSP indiretos no PIX, e permitindo que as Fintechs ou Instituição de pagamentos – IPs, que possuem contas transacionais, insiram seus clientes neste ecossistema. Assim, o público que não consegue abrir contas nos bancos tradicionais é adotado por essas novas empresas e entram para o mercado financeiro, deixando de ser “não bancarizados” (expressão que indica a exclusão das pessoas do mercado financeiro). Com esses novos usuários, o resultado será uma diminuição da circulação do papel e moeda no mercado, o que acarretará na baixa do custo do transporte e segurança do dinheiro, por exemplo.

Os desafios do Sistema de Pagamentos Instantâneos

O maior desafio foi a adequação dos sistemas para a utilização das plataformas do PIX: SPI (Sistema de Instantâneos) e DICT (Diretório de Identificadores de Contas Transacionais), para poder utilizar o serviço do BCB. Entretanto, outras questões ainda estão por vir, pois as possibilidades são inúmeras para a utilização dessas plataformas em novos “casos de uso”, transformando operações que hoje são complicadas em simples, e melhorando, assim, o dia a dia dos usuários.

Mesmo com os inúmeros benefícios do PIX, é necessário atentar-se aos cuidados em sua utilização. A plataforma do Bacen não está em contato diretamente com os usuários, portanto, o mesmo processo básico dos aplicativos dos bancos e fintechs será utilizado para iniciar os pagamentos com o PIX, entretanto, os cuidados dos bancos e principalmente dos clientes com as senhas e outros fatores relativos à segurança são os elementos chaves para inibir as fraudes.

A adesão ao PIX pelos brasileiros

A pandemia do COVID-19 contribuiu para que a implantação do PIX fosse um sucesso, uma vez que os usuários dos sistemas financeiros tiveram que se digitalizar para manter o isolamento. Com isto, foi necessário aprender a utilizar serviços digitais. Pela estatística do Banco Central, a criação das chaves PIX e o grande número de pagamentos realizados nas duas primeiras semanas de funcionamento da tecnologia, demonstram que houve uma grande aceitação do processo e refletem ainda uma demanda reprimida aos finais de semana, já que a quantidade de transações nesse período tende-se a ser semelhante à média dos demais.

A pandemia trouxe à tona também o aumento dos pagamentos via QR CODE, o que contribuiu de certa forma, na preparação dos clientes para a chegada dessa grande inovação no mercado financeiro, o PIX. Além disso, a inclusão dessas tecnologias dentro dos aplicativos dos PSPs (Prestadores de Serviços de Pagamento), pelas equipes de experiência de usuários (UX), que criaram processos simples e diretos, fará com que os clientes as utilizem mesmo sem o conhecimento técnico desses termos.

Sistema de Pagamentos Instantâneos nas empresas e no setor bancário

As carteiras digitais criadas pelas fintechs até a entrada do PIX eram arranjos fechados. No entanto, atualmente as carteiras digitais podem ser utilizadas amplamente e, desta forma, suprir as necessidades dos clientes com as demandas “bancárias”. As empresas podem ter informações não financeiras no PIX combinado com a instantaneidade do pagamento, o que possibilitará processos automatizados e digitais na esteira de vendas, melhorando o processo como um todo: fechamento do pedido, baixa de estoque, delivery, entre outros.

O sucesso da digitalização do mercado financeiro demandará uma maior migração para o Cloud Computing e muito investimento em Data Science, direcionando os esforços para entender e atender as necessidades dos clientes. A digitalização bancária abre a oportunidade de todos serem atendidos, principalmente os excluídos pelos bancos, diminuindo substancialmente o custo/tempo para os clientes sacarem dinheiro e liquidarem suas obrigações. Além disso, possibilita às instituições financeiras o conhecimento do comportamento dos clientes, o que gerará serviços e produtos mais adequados para a vida de cada cliente.

A hora da diversidade

Precisamos falar sobre o assunto nos conselhos de administração

Por João Marcio Souza, CEO da Talenses Executive

Um levantamento recente realizado pela Talenses Executive – empresa do Talenses Group exclusivamente dedicada ao recrutamento de executivos(as) para posições no Top Management, C-Level e Conselhos – com mais de 200 conselheiros e conselheiras, revelou que mais de metade do(a)s respondentes só tiveram o primeiro contato com o conceito “diversidade” em conselhos há menos de 5 anos. Se já sabíamos da atualidade e evidência do tema, hoje temos certeza de que inserir a questão da diversidade em rodas de conversas no vértice da pirâmide do mundo corporativo é também inadiável.

Os resultados dessa pesquisa foram tão alarmantes que ousei fazer uma síntese e adicionar perspectivas e visões próprias para construir um texto que metaforicamente funciona como uma bandeira hasteada com os dizeres “Precisamos falar sobre diversidade em conselhos”. E, em termos práticos, cumpre o papel de um convite para que o leitor também embarque nessa jornada.

Para começar, algumas das principais informações do levantamento: 83% dos respondentes disseram que, de forma geral, acreditam que o Brasil ainda possui pouca diversidade em conselhos consultivos ou administrativos; embora, ao mesmo tempo, 92% afirmaram que acreditam que ter conselheiros de diferentes perfis seja benéfico para a organização em que atuam.

São muitos os desafios de se construir conselhos mais diversos. Ao mesmo tempo, são incontáveis os benefícios que surgem como consequências quando nós como sociedade nos dispomos a trilhar este caminho.

Inevitavelmente, a ideia de meritocracia possui inúmeros pontos de falha inerentes ao mundo em que vivemos. E essas fissuras são alargáveis na medida em que decidimos fechar nossos olhos e manter o status quo, nos esquecendo que a desigualdade de oportunidades é quase que um retrato do Brasil. Por isso, nos forçar a incluir quem está à margem é uma obrigação, se realmente quisermos abrir os olhos e fazer diferente. Se, de forma consciente ou inconsciente, continuarmos perpetuando o velho perfil homogêneo dos membros de conselhos de administração (homens brancos heterossexuais nascidos numa determinada região e época), a ideia de meritocracia seguirá sendo uma falácia intransponível.

Por isso, estou certo de que precisamos urgentemente nos desapegar do conceito da meritocracia, e passarmos a contextualizar direções que efetivamente proporcionarão uma mudança que acompanhe as demandas atuais.

Ou seja, para construirmos conselhos diversos, precisamos, inicialmente, incorporarmos a noção de que precisamos nos movimentar para que conselhos mais diversos se tornem uma realidade factível. Para que essa ideia saia do mundo ideal e passe a compor nosso mundo real.

E, se alguém ainda tiver dúvidas sobre o motivo de nos movimentarmos nesse sentido, aqui vai uma breve lista para exemplificar os incontáveis benefícios: pluralidade de ideias; aumento de produtividade e geração de resultado; mais amplitude e profundidade aos debates e decisões; formação de uma cultura heterogênea que comporte ações iguais para os iguais e ações desiguais para os desiguais (conceito de equidade); incremento de inovação e criatividade.

Precisamos falar sobre a diversidade em conselhos. E, mais ainda: precisamos nos movimentar e construir juntos essa diversidade. É uma mudança urgente que precisa se materializar no vértice da pirâmide corporativa.

Foco principal: o cliente

Como envolver os consumidores, conquistá-los e transformá-los em seguidores fiéis

Por Alexandre Velilla Garcia, CEO do Cel.Lep e sócio-fundador da Quest Construções

Quem não gostaria de estabelecer uma base de clientes absolutamente fiel? Apesar de ser uma meta compartilhada pela maioria das empresas, não é tarefa simples. Ao contrário. Para ser conquistado, o cliente precisar ter uma experiência memorável. Como fazê-lo? Algumas medidas podem facilitar a conquista do cliente. Vamos a elas.

1 – Pense de forma humanizada

As pessoas valorizam muito mais quem as compreende como semelhantes. Isso se dá desde o atendimento até o processo de pós-venda. Uma pesquisa publicada em 2019 pelo projeto Empresas Humanizadas no Brasil, idealizada pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da USP, constatou que empresas que adotaram um modelo de gestão humanizada, além de duplicarem seus níveis de rentabilidade, puderam identificar uma satisfação 240% superior dos clientes e níveis 225% maiores de bem-estar entre os colaboradores. Números que credenciam essa nova forma de conduzir as organizações.

2 – Escute o que o cliente tem a dizer

Nenhuma relação se sustenta sem reciprocidade. Na construção de uma troca de informações, é fundamental que a empresa dedique recursos para ouvir o cliente. A resposta gera um riquíssimo conteúdo que não deve apenas ser absorvido. Precisa retroalimentar os processos da empresa e, se necessário, aprimorar o produto/serviço.

Um levantamento realizado pela NeoAssist em parceria com a MindMiners revelou que 92% dos consumidores desejam, de alguma forma, ser ouvidos pela empresa. O mesmo estudo constatou que a imagem da companhia é resultado também da interação com o consumidor. Reiterando: o cliente quer ter sua opinião levada em consideração, ainda que seja para jogar confetes.

3 – Uma cultura de relacionamento com o cliente

Essas medidas também servem para a implementação de uma nova mentalidade, uma verdadeira cultura de relacionamento com os clientes. É necessário transformar essas práticas no modus operandi interno. Disseminá-las por todos os setores da empresa. Não importa se é o departamento de contabilidade ou o de inovação. Precisa ser uma prática geral.

Eis a pergunta que um CEO deve se fazer todos os dias: minha equipe está preparada para proporcionar experiências memoráveis aos clientes?

4- Não se esqueça: o líder é a referência

A despeito de você ser o líder de uma grande corporação ou o empreendedor de uma pequena organização, nada funcionará se as suas ações não corresponderem integralmente às ideias e objetivos propostos. Como referência máxima na empresa, é indispensável que mostre, por meio de ações concretas e objetivas, o comprometimento em suprir os anseios do consumidor.

Em tempos cada vez mais tecnológicos e digitais, destacam-se no mercado aqueles com sensibilidade de tratar as pessoas com a atenção que exigem – e merecem. Humanize a experiência. Torne-a memorável. Assim, você tornará seu cliente fiel, e, em última instância, um promotor voluntário da marca.

Negócios de impacto

Saiba por que eles precisam ser prioritários nas agendas dos CEOs

Por Carolina Gentil, empreendedora e co-presidente da Impact Beyond

Negócios de impacto vão além. De acordo com a Carta de Princípios para Negócios de Impacto no Brasil, desenvolvida pela Força-tarefa de Finanças Sociais, Negócios de Impacto são empreendimentos que têm a missão explícita de gerar impacto socioambiental ao mesmo tempo em que produzem resultado financeiro positivo de forma sustentável.

Muitos acreditam que olhar e executar as coisas com a lente do impacto ainda seja uma utopia, uma ideologia ou uma tendência de que, em algum momento, esta será substituída pelo novo.

Acreditem, os negócios de impacto são o futuro para sustentar qualquer negócio, seja um negócio pequeno, médio, grande ou gigante. E eles só operam com base na confiança e na colaboração. Não, falar de confiança e de colaboração não é um neologismo como muitos ainda pensam. É pilar, é core, é base estrutural.

Quando analisamos a 4º revolução industrial, com seu início em 2011, segundo dados de Klaus Schwab, presidente do Fórum Econômico Mundial, e autor do livro “A Quarta Revolução Industrial”, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas, vemos também o esforço de transformação das indústrias baseado em dados, mas também passando a colocar as pessoas no centro da estratégia.

Para muitos, a 5º revolução industrial já está acontecendo e se trata exatamente de trazer o olhar humano para equilibrar todas estas tecnologias digitais e físicas à maior das tecnologias de última ponta: a humana.

Não é de hoje que marcas levantam bandeiras em torno dos grandes temas da humanidade e esta definitivamente não é uma tarefa fácil para CMOs do Brasil e do mundo. Tratar de problemas sociais requer se aprofundar nesses temas e acredito que é por isso que grande parte das marcas ainda comunicam mais do fazem. Mas há um motivo para isso: elas dependem de suas estruturas.

Apenas quando as grandes estruturas empresariais e industriais não compreenderem que o impacto, a sustentabilidade e a inovação não são departamentos, e sim pilares estruturais do negócio, temas como impacto social, diversidade, inclusão e mudanças climáticas deixarão de ser tarefas e metas entre times e passarão a ser chave para que profissionais e executivos destravem e operem de um novo jeito.

Mas como podemos colocar as pessoas de fato no centro de nossas estratégias se vivemos em uma sociedade fragmentada, movida por ideologias, pela competição entre nós e uma série de fatores que nos separam como humanos, geram pobreza, guerras, corrupção e tumultos?

Colocar as pessoas no centro da estratégia das empresas é ter que mergulhar de verdade nos temas em torno da sociedade: escassez de recursos, o consumo desenfreado sendo colocado em xeque, a desigualdade social cada vez mais aparente, o acesso à informação tornando as pessoas mais sensíveis a comportamentos nocivos, as mobilizações coletivas por causas beneficentes, a transparência que virou parâmetro de validação entre pessoas e instituições. Enfim, são muitas e complexas questões.

E se são muitas, acreditem: separados somos mais fracos do que juntos. Temos que colaborar uns com os outros, até com os concorrentes, pesando na prosperidade da indústria ou do segmento que você está inserido.

Competir é o oposto do que a biologia faz. As células, por exemplo, são capazes de se organizar e colaborar para criar sistemas maiores do que elas e, assim, cumprir sua principal missão biológica, sobreviver e se reproduzir.

As ideias que vão resolver os grandes problemas da humanidade estão escondidas em todo o mundo porque seus criadores nem sempre são visíveis, nem têm espaço ou conhecimento para implementá-las. Esse talento não está concentrado em grandes organizações, mas sim distribuído na sociedade.

Métodos de criação, detecção, seleção e suporte para soluções em estágio inicial são muito caros devido ao risco que representam e à baixa capacidade de apoiá-los.

Existe uma grande desconexão entre criadores, empresários, grandes empresas, governos, lideranças periféricas, usuários e terceiro setor para criar soluções inovadoras e lucrativas que podem melhorar o mundo e gerar valor às empresas. Hoje, existem incentivos sociais para que, como indivíduos, nos separemos.

Se o objetivo final da vida de um indivíduo for ganhar mais dinheiro ou poder, é mais provável que haja conluios, pactos unilaterais, corrupção, baixos salários, exploração, poluição e uma série de atividades que fazem muitos perderem e poucos ganharem, gerando descontentamento social e uma atmosfera de raiva pela mudança.

Movimentos como o The Elders, organização internacional fundada em 2007 pelo líder sul-africano Nelson Mandela a partir da ideia do roqueiro e ativista Peter Gabriel e do milionário britânico Richard Branson, trabalham juntos pela paz e pelos direitos humanos.

Estes são movimentos prósperos para o ecossistema econômico e os negócios do entorno, sejam pequenos, médios, grandes ou gigantes. Mas tem um segredo: a distribuição em rede, a verticalização para gerar reconexão com a base. E é lá, da base estrutural, que o líder de uma organização precisa perder horas de trabalho, integrando em suas estruturas: o impacto, a sustentabilidade e a inovação aberta. Dessa forma, a estrutura definitivamente passa a seguir a estratégia e não ao contrário.

Você já tentou fazer um exercício de pensar em um problema social que você, como ser humano, gostaria muito de resolver? Anote. Agora pense se em algum dos desafios de negócio que você tem que resolver poderia ser base ou um insight de conexão entre tal problema da sociedade e seu desafio de negócio. Deve ser muito mais interessante estar entre os shareholders do que entre os stakeholders.

A pergunta principal é: em que mundo queremos viver? Eu desejo um mundo onde quem faz o outro vencer, vence em uma sociedade onde nos respeitamos e aceitamos uns aos outros. Onde o que fazemos todos os dias beneficia outros e também outros nos beneficiam. Onde fazer o bem é um grande negócio.

Nossos desafios

Setor de Foodservice buscou reinvenção após prejuízos do primeiro semestre

Por Thiago Theodoro, Líder de Vendas e Trade Marketing de Food Service na Cargill Brasil

Ao que parece, este ano vai demorar a terminar. Provavelmente, irá muito além de 31 de dezembro. A pandemia mudou tudo para todos. Participei de uma conferência no início de março com outros líderes do setor de Foodservice. Essa reunião em vídeo reuniu representantes de cinco continentes. Todos estavam muito preocupados com as pessoas e reportando previsões de quedas nas vendas de até 80% para março e abril.

O Brasil vivenciava então um cenário mais calmo, com previsão de leve queda. As preocupações maiores diziam respeito a uma possível dificuldade na cadeia de suprimentos, nos insumos importados dos mercados afetados. Mas o que ficou demostrado é que de leve a queda do nosso mercado não tinha nada.

Ainda em março, eu já estava entregando o meu apartamento em São Paulo e solicitando à família que fizéssemos, com urgência, estoque de alimentos e insumos básicos. Isso valeria para os três meses em nosso “bunker” no Rio de Janeiro. Era o início de uma longa jornada de novidades na vida de todos nós.

O setor de Foodservice responde pela alimentação produzida fora do lar. Desde o buffet a quilo até a pizza que pedimos por delivery — tudo isso é Foodservice. Segundo dados da Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), o setor gerou, em 2019, um valor agregado total na economia de R$ 463 bilhões e empregava cerca de 6 milhões de pessoas.

Vivemos, no entanto, um colapso global com a pandemia. No auge da queda, no final de março, dados do índice ICVA-Cielo davam conta de que houve retração de 81% no Brasil. O café da manhã na padaria, o almoço durante o expediente, o jantar nos hotéis, todos foram afetados pelas restrições e lockdowns. Essas medidas foram necessárias para garantir o isolamento social e frear o contágio. A prioridade era salvar vidas.

No Brasil, antes da pandemia, tínhamos 34% da despesa de alimentação em Foodservice, segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Dados de julho nos dizem que isso se retraiu para 25%. A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) estima que, aproximadamente, 300 mil empresas do setor já fecharam, com uma perda de 1,5 milhão de empregos.

Diante de tanto sofrimento humano e nos negócios, vimos muitos movimentos de solidariedade. A Cargill, por exemplo, doou mais de US$ 35 milhões no mundo.

Com o lema “juntos pelo pequeno varejo”, o Movimento Nós reuniu gigantes dos setores de alimentos e bebidas – Coca-Cola, Pepsico, Ambev e Nestlé estão entre elas – para auxiliar os negócios no processo de reabertura. Outras tantas iniciativas buscaram orientar, educar e dar suporte às micro e pequenas empresas. De acordo com o Sebrae, elas representam mais de 93% dos estabelecimentos do “food” no Brasil.

Depois de quase nove meses, temos uma nova realidade para bares e restaurantes. Esses estabelecimentos estão arcando com novos custos. Ao mesmo tempo, criaram novos canais de venda e estão redimensionando seus espaços físicos. Aliado a tudo isso, podemos dizer que tivemos um avanço tecnológico de cinco anos em apenas cinco meses.

O tal “novo normal” vem da característica empreendedora e inovadora do setor. O Foodservice é fundamental para necessidades e desejos, sustentabilidade e indulgência. É mais que um modal de alimentação. É a sobrevivência humana.

E, juntos, somos mais fortes.

cargill.com.br

facebook.com/cargill

@cargill

 

Parcerias estratégicas

Saiba o valor de estabelecer alianças no mercado

Por Alexandre Velilla Garcia, CEO do Cel.Lep e sócio-fundador da construtora QUEST e da Flex Interativa

Quem nunca ouviu a expressão “a união faz a força”? Apesar do clichê, ela representa com fidelidade a importância de firmar parcerias quando o assunto é inovação e crescimento. Em um universo cada vez mais competitivo, compartilhar conhecimento e acelerar projetos pode ser o fator-chave de uma provável mudança de patamar da empresa.

No entanto, você pode se perguntar: se ter parceiros é tão bom, por que tantos empresários ainda hesitam em sair do lugar comum e abraçar esse leque de possibilidades? A resposta está nos obstáculos de sair da zona de conforto e aceitar riscos. O medo é um dos maiores empecilhos. É preciso destacar que esse receio não tem fundamento teórico. Muito menos prático. Afinal, a reunião de diferentes visões de mundo e de propósito organizacional pode ser uma grande vantagem.

Ao pé da letra

Quando paramos para observar a terminologia da palavra “parceria”, identificamos aquilo que serve como parâmetro para qualquer tipo de cooperação entre empresas. Eis o mote: reunião de indivíduos para alcançar um objetivo comum. Em resumo: todo pretexto para a colaboração entre duas partes tem a finalidade de fomentar situações em que ambas possam sair ganhando e, no limite, conquistar resultados.

Se no imaginário é assim que funciona, como aplicar esses conceitos na prática, no cotidiano empresarial repleto de vários desafios? De início, é essencial fomentar um novo tipo de modelo de gestão, com uma cultura interna que priorize hábitos colaborativos, inclusive entre empresas de setores distintos e com culturas diferentes.

Nessa etapa, o papel do CEO é muito importante. Ele é o líder e a referência. Com os pilares internos construídos, a adaptação de sua empresa a influências externas será muito mais natural e harmoniosa. Isso garante a aceitação total e a captura dos benefícios.

Métodos diferentes x Objetivos semelhantes

Uma parceria entre marcas, quando firmada, tem o potencial de abrir inúmeras portas. Além disso, novos métodos de trabalho são agregados. Esse compartilhamento vai além do enriquecimento profissional. Trata-se da obtenção de uma visão macro do mercado e também de soluções inovadoras e até disruptivas. O simples fato de ter sua empresa associada a outra companhia já pode aumentar a visibilidade de seu negócio de forma considerável.

Além disso, é possível projetar uma movimentação intensa no volume de potenciais clientes. Afinal, você poderá ofertar seu produto ou serviço para os públicos de seus parceiros. Portanto, um modelo renovado de comunicação e marketing deverá ser considerado. Outra tendência é a otimização dos processos internos, devido ao auxílio que empresas parceiras deverão trocar entre si.

Conclusão

Simplificar caminhos e construir pontes acelera o crescimento, fortalecido por inovação e excelência. Mas tal estratégia deve passar, obrigatoriamente, por três atributos: perspicácia, ousadia e determinação.