É preciso ser global

Em 2021, as empresas têm de internacionalizar seus negócios

Por Leonardo Freitas, CEO da Hayman-Woodward

Sim, o mundo ficará mais globalizado. A integração econômica faz parte de um novo contexto histórico e, por isso, a necessidade de internacionalizar negócios nunca ficou tão relevante. Apesar do grande contraponto que estamos vivenciando com a pandemia, nunca o mundo esteve tão aberto à expansão de negócios tendo a internet uma grande aliada para essa conexão.

O que percebemos é que os executivos sempre nutriram a vontade de conquistar novos mercados; mas o medo do desconhecido e a ideia de investimentos estratosféricos traziam insegurança para estes sonhadores. O fato é que a pandemia chegou para dar este pontapé e facilitar ainda mais a realização de sonho empreendedor.

Nos últimos cem anos, os Estados Unidos cresceram de forma avassaladora, por conta justamente das oportunidades que o país oferece aos empreendedores; sejam eles pequenos, médios e grandes. “We are open for business.” Esse sempre foi o mantra da economia americana. Temos que entender de uma vez por todas que os americanos querem e apreciam empresas estrangeiras e principalmente as brasileiras que se estabelecem em terras americanas.

Temos casos de sucesso como o Grupo Gerdau, Embraer, Citrosuco, Bauducco, Tramontina, Grendene e tantas outras que atuam fortemente no mercado norte-americano. Dados recentes da APEX revelaram que 70% das empresas brasileiras em território americano estão estabelecidas na Flórida. O segundo maior estado que recebe os nossos irmãos empresários brasileiros é o Texas.

Esta presença mostra o quão é importante dolarizar a receita de qualquer negócio e isso não é um privilégio apenas para os grandes e sim para os pequenos e startups que buscam uma economia mais sólida e proteção jurídica nos contratos. Os Estados Unidos não são só o destino para empresas, mas a forma pela qual a sua companhia vai aprender a ser um player global, com boas práticas de negócios e boa competitividade. Cerca de 1/5 das exportações dos EUA para o mundo são de empresas estrangeiras estabelecidas em solo americano.

Antes, apenas grandes empresas expandiam-se para o mercado global, pois eram as únicas a conseguirem altos investimentos que esse tipo de operação demandava. Hoje, pequenas e médias empresas internacionalizam os negócios, não apenas para os EUA, mas também para os Emirados Árabes, Hong Kong e Singapura. A globalização abriu as fronteiras para ideias, pessoas, tecnologia e conhecimento.

Uma dica importante para que a internacionalização tenha sucesso: além de ter uma boa ideia de negócio, é imprescindível que o plano desse negócio esteja realmente bem alicerçado, principalmente no quesito financeiro. Quando falamos em internacionalizar, o planejamento tributário é um componente importantíssimo para o sucesso deste novo business. A contratação de profissionais capacitados também é muito relevante, mas entender o cenário mercadológico evitará que prejuízos derrubem este investimento nos primeiros anos.

Para quem planeja aportar negócios nos Estados Unidos este é o melhor momento. No último dia 20, o Presidente Joe Biden tomou posse na Casa Branca e imediatamente assinou 12 ordens executivas que resultarão num ânimo positivo para o aumento das relações comerciais entre países. A visão democrata do novo presidente vai contribuir para que o mundo volte a trocar divisas com maior intensidade.

O desenvolvimento sempre avança com este fomento nas relações de negócios e isso a própria história nos revela; o isolamento de mercados em nada contribui para o crescimento de uma sociedade. Estamos otimistas neste sentido de que o mundo volte a girar novamente, e você, empreendedor, faz parte desta importante engrenagem.

A vez do Food Service

Adequado aos novos hábitos de consumo, setor deve ter um cenário promissor em 2021

Por André Gasparini, diretor comercial da Agropalma

O ano de 2020 foi desafiador para praticamente todos os setores da economia. A crise de saúde e sanitária causada pela pandemia atingiu com mais força alguns segmentos, como o de food service. A condição de isolamento social, como uma das medidas para conter o novo coronavírus, teve desdobramentos que mudaram até mesmo o perfil de consumo, entre eles, o alimentício. Restrições de funcionamento relacionadas aos horários e formas de atendimento exigiram que os estabelecimentos se adaptassem rapidamente, a fim de garantir sua receita e sobrevivência.

De acordo com dados levantados pela ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), em conjunto com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e projeções da Food Consulting, aproximadamente 25% dos operadores de food service não resistiram à crise e encerraram suas atividades. Grande parte das falências se deve à falta de adaptação dos negócios aos novos canais comerciais, como os aplicativos de refeições com delivery e take away. O que antes era visto como uma ferramenta a mais para impulsionar as vendas, tornou-se a essência do empreendimento, devido à atual necessidade do consumidor.

Outro canal que também ganhou relevância no período foram as plataformas de promoção por meio das mídias sociais, que se tornaram verdadeiras vitrines virtuais para venda dos itens oferecidos, assim como seus diferenciais e lançamentos. Nesse ponto, podemos dizer que esses canais permitiram ir além da exposição comum às vitrines físicas, eles possibilitaram maior interação com o consumidor, entendimento de suas expectativas e necessidades, para aplicação de melhorias contínuas ao dia a dia do negócio. Foram como termômetros, com rápidos feedbacks, para que o operador pudesse avaliar seu nível de aceitação e preferência de seus clientes.

Essas plataformas foram também fundamentais para os novos negócios que surgiram no período. Com o aumento do desemprego, algumas pessoas precisaram se reinventar para garantir uma renda e muitas receitas culinárias de família foram colocadas em prática e oferecidas ao público. Ainda que de maneira informal, houve um aumento considerável dessa fatia do food service.

Embora todos os desafios enfrentados, os estabelecimentos que conseguiram atravessar esse período, de forma sustentável, contarão agora com um cenário menos competitivo e mais promissor, com a perspectiva de manter e até ampliar sua participação no comércio. Dentro desses novos padrões de funcionamento, impulsionados principalmente pelo delivery e take away, estima-se que o setor passará de uma queda de 32% em 2020 para uma alta em torno de 25% em 2021, segundo as projeções da Food Consulting.

Um futuro ainda incerto acaba trazendo insegurança à ponta de toda essa cadeia, fazendo com que os operadores do food service sigam com cautela em suas compras e investimentos em estoques. Mas, diante das perspectivas positivas, aos poucos, é possível sentir o mercado se adequando ao seu novo normal. Os desafios sempre existirão, mas eles também vêm acompanhados de oportunidades. Manter o otimismo e buscar novas soluções diante das adversidades nos torna mais fortes, nos faz seguir em frente e alcançar o sucesso. Juntos, vamos superar essas dificuldades para um futuro melhor para todos.

Surge um novo consumidor

Da pandemia, surge um novo consumidor que busca constantemente por soluções onipresentes, novos canais de compra e formas de pagamento

Por Vanesa Meyer, vice-presidente de Inovação da Visa América Latina e Caribe

A pandemia tocou o mundo inteiro e, em 2021, ficou evidente que estamos mais digitais do que nunca, o que vem provocando mudanças nos hábitos de consumo e nas preferências de pagamento . A terceira rodada do estudo Visa COVID-19 Consumer Sentiment revela algumas das tendência mais atuais às quais devemos ficar atentos na América Latina e no Caribe.

Os consumidores estão com fadiga da pandemia e querem sair de casa, apesar das preocupações sanitárias. Para 83% dos participantes do estudo, o principal destino de compras é o supermercado. As lojas de departamento vêm em segundo lugar e, na sequência, as instituições financeiras. O consumo também subiu e 66% dos consumidores dizem ter gastado o mesmo ou mais nos últimos três meses, contra 49% em julho de 2020.

Isso não significa que os consumidores estão migrando todo seu consumo para o mundo físico e, sim, que estão aprendendo a operar em um ambiente mais dinâmico e fragmentado. Estão saindo mais e buscando formas mais seguras e inteligentes de comprar e pagar. A pandemia provocou mudanças no comportamento do consumidor – o que antes parecia temporário, está se tornando permanente, e fazendo surgir um novo consumidor, que compra em qualquer lugar, a qualquer momento – especialmente se o vendedor oferecer opções de pagamento por aproximação.

Em lojas físicas, eles têm preferido usar cartões ao dinheiro (74% utilizam débito, enquanto 53% pagam em dinheiro). Mas assim como a moeda em espécie, as outras formas físicas de pagar têm sido menos usadas à medida que os consumidores alteram suas preferências por aproximação e carteiras digitais. Na terceira rodada do nosso estudo, quando indagados sobre seus 10 últimos pagamentos em um estabelecimento comercial físico, 48% dos consumidores disseram ter usado formas de pagamento por aproximação (cartões, carteiras, vestíveis), ante 23% em abril. As carteiras digitais continuam ganhando força e 20% dos consumidores dizem usá-las nos pontos de venda.

A tendência de pagamentos por aproximação confirma os padrões de consumo observados nos dados dos portadores de credenciais Visa na América Latina e no Caribe. Em novembro de 2020, a penetração dos pagamentos por aproximação na região ultrapassou a marca dos 15%, o que representa um crescimento anual de 130% na comparação com novembro de 2019.

Quando analisamos as compras online, vemos que o interesse pelo e-commerce continua forte – quase metade dos consumidores compra pela internet uma ou mais vezes ao mês, ao passo que 71% planejam manter a atual frequência de compras online. Além de terem aumentado o uso de credenciais de crédito e débito, os consumidores também aumentaram o uso de carteiras digitais em compras virtuais (26%), pois as consideram os métodos mais seguros para pagar nesse canal.

O apetite por novas tecnologias de pagamento e a confiança dos consumidores em novas tecnologias de pagamento também estão crescendo: 78% planejam usar novas tecnologias de pagamento no futuro e estão de olho em inovações como compras em redes sociais), transações P2P (de pessoa a pessoa), pagamentos via aplicativo de mensagem, biometria, criptomoedas entre outras formas.

A porcentagem de consumidores dispostos a experimentar as seguintes tecnologias quando estiverem disponíveis se apresenta da seguinte forma:

  • Plataformas de mensagens instantâneas e de redes sociais: 58%
  • Biometria: 42%
  • Criptomoedas: 25%
  • Internet das Coisas: 22%
  • Realidade virtual/realidade aumentada: 10%

Com a maior penetração das carteiras digitais na região, a crescente confiança na biometria e o P2P se firmando como opção de pagamento, vemos um consumidor muito mais aberto a novos canais de compras e a novas modalidades de pagamento. Um consumidor que se sente cada vez mais à vontade para entrar e sair de ambientes de pagamentos digitais na nuvem.

Nesse contexto, precisamos entender que a experiência de pagamento importa e criar conceitos onde os pagamentos sejam efetivamente uma ferramenta para empoderar e habilitar o consumidor. As empresas que se alinharem a essa realidade estarão mais aptas a atender os consumidores que buscam uma mobilidade e expansão na experiência de compra.

Para atendermos às crescentes demandas desse novo consumidor, na Visa, apoiamos a inovação de três formas principais:

  • Integramos o design em nossa estratégia e colocamos o cliente no centro de todas as nossas criações para habilitar as melhores experiências digitais aos consumidores.
  • Nossa tecnologia, produtos e serviços estão em constante evolução e usamos padrões abertos, APIs, conexões em nuvem e tecnologias avançadas de inteligência artificial e machine learning para entregar velocidade, confiabilidade, segurança e escala.
  • Em nossas parcerias e integrações na indústria, trabalhamos lado a lado de clientes e parceiros para co-criar a próxima geração de soluções de pagamento alinhadas com o mercado, resolvendo assim, problemas do mundo real.

Nossa missão é simplificar a vida das pessoas oferecendo-lhes maneiras mais seguras, convenientes e rápidas de pagar, por diferentes meios digitais.