A joalheria brasileira além do eixo Rio-São Paulo

A pluralidade regional está levando muitas marcas ao sucesso

Por Marcia Croce, Diretora da DGNG Design & Negócios, Consultoria Especializada no Setor Joalheiro

 

O Brasil é o quinto país mais extenso do mundo e essa dimensão territorial é acompanhada por uma pluralidade climática e cultural que faz com que os setores da economia tenham diferentes facetas para atender aos variados estilos e demandas dos consumidores, como é o caso da joalheria.

Se considerarmos que na mesma hora podemos ter 12 graus na região Sul e 24 graus no Nordeste, o uso de joias sofre considerável mudança. No frio, como as pessoas estão com seus corpos mais cobertos, peças como brincos e anéis de visual discreto são mais exibidas. Nas regiões mais quentes, onde as pessoas estão mais desnudas, é mais comum o uso de pulseiras e colares maiores. Além disso, os sulistas têm preferência por joias monocromáticas, geralmente de ouro amarelo e diamantes, e de design mais tradicional, enquanto os nordestinos e nortistas priorizam joias de ouro amarelo polido com pedras preciosas coloridas, e design de formas sensuais e com movimento. Já em São Paulo, as joias de ouro branco são as “queridinhas”, consequência da influência internacional que impera na cidade. No Rio de Janeiro a predileção é por joias de ouro amarelo fosco ou acetinado.

Diferenças como essas são algumas das muitas que, ao longo de 25 anos de experiência no setor, identifico que ajudaram as joalherias a se posicionarem muito bem regionalmente. Se antes o foco das compras era o eixo Rio-São Paulo, essa centralização do consumo perdeu força com o desenvolvimento do país, favorecendo a abertura de novas empresas e a profissionalização daquelas já estabelecidas.

As marcas regionais que estão harmonizando o mix de produtos – definido de acordo com as características locais – com os conceitos de luxo ao seu DNA estão tendo sucesso. A personalização e a exclusividade, principalmente em relação ao atendimento, favorecem os vínculos emocionais com a marca e seus vendedores. Além disso, os consumidores também têm vínculo com suas cidades e se valem de uma facilidade geográfica quando se identificam localmente com as grifes que representam seu lifestyle.

Ao acompanhar de perto muitas dessas joalherias por meio das consultorias, posso dizer que elas estão alçando voos mais altos, ganhando inclusive destaque em relação às das capitais paulista e fluminense, e que o upgrade na gestão, principalmente no branding, ainda tem revelado muita criatividade nos produtos.

O desenvolvimento de coleções próprias é uma encomenda crescente na minha empresa. Essa preocupação das marcas em ofertarem produtos customizados tem resultado em uma joalheria brasileira muito plural. Um dos produtos que acabou nascendo fruto dessa demanda foi o “DGNG Book: Interpretando Tendências”, pois entendemos que as empresas estão investindo na tradução das macrotendências, nacionais e internacionais, para aplicação no negócio local. E isso tem culminado em um porta-joias cada vez mais “decodificado”, que os consumidores agradecem.

Se antes havia uma barreira cultural para aquisição de joias pela internet, com essa pandemia ela diminui bastante e a tendência é deixar de existir. E, com isso, o público está conhecendo novas marcas nacionais, novos produtos regionais, e essa descoberta por aquilo que não está em nosso radar cotidiano já se tornou um “novo normal”.

Convido vocês a descobrirem também todas as facetas da joalheria brasileira!

Saiba mais em: dgng.com.br

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *