Saúde mental nas empresas: como enfrentar os efeitos da pandemia?

Cuidados são fundamentais para produtividade durante o isolamento social

 

Por Cícero Barreto, diretor Comercial e de Marketing da Omint

O mercado de trabalho mudou e, com a pandemia, vivemos atualmente um desafio em todas as esferas da vida. Os impactos gerados pela pandemia têm sido inimagináveis, não só no cenário econômico,  mas na vida de milhares de pessoas que permanecem em isolamento dentro de suas casas, sem sair para quase nada. Isso, naturalmente, desperta inseguranças e dúvidas sobre como lidar com o futuro e como será o ritmo das relações sociais daqui para frente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o Brasil como líder em volume de pessoas ansiosas do mundo, com 18,6 milhões de pessoas. Somado a isso, mais de 33 milhões de brasileiros sofrem de distúrbios mentais como a síndrome de burnout. Até então, já vínhamos vivendo em um mundo acelerado, de rápidas transformações, mas as mudanças a que tivemos que nos submeter de imediato, contribuíram para desencadear um estado de estresse e ansiedade permanentes e que podem fragilizar o sistema imunológico e também debilitar o equilíbrio mental.

O conceito de saúde vai além da ausência de doenças, enfermidades ou transtornos mentais. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), só é possível ter saúde quando há um completo bem-estar físico, mental e social. Por isso, a atenção primária à saúde é um fator fundamental para atuar de maneira preventiva visando à garantia de boa saúde, a sua integralidade, postergando ou evitando as doenças e permitindo melhores condições de vida.

Tendo esse panorama como base, a Omint tem estimulado uma cultura corporativa que englobe a saúde emocional dos colaboradores, envolvendo a participação das altas lideranças e das equipes de recursos humanos de cada companhia que prestamos serviços. Por meio do nosso Núcleo de Saúde e Prevenção (NUSP), desenvolvemos e aplicamos um projeto de promoção de encontros virtuais ministrados por psicólogos para nossos clientes, onde abordam temas como estresse, ansiedade, alimentação saudável, além de relacionamento com os filhos e trabalho. Assim, compartilhamos diversas recomendações e dicas para ajudá-los a enfrentar o ritmo de trabalho e de vida pessoal durante o confinamento.

Sem dúvida, esse tema deve entrar no diálogo de toda corporação – muito mais que um diferencial estratégico de refletir sobre as boas práticas e políticas de qualidade de vida uma empresa. As organizações que investem na promoção da saúde mental reduzem o absenteísmo, os custos e a quantidade de afastamentos, aumentando a produtividade de seus funcionários. De acordo com a ISMA-BR (Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse), a falta de produtividade causada por distúrbios mentais chega a gerar prejuízos de até 3,5% ao PIB brasileiro.

Em todo o mundo, os gastos relacionados a transtornos emocionais e psicológicos podem chegar a seis trilhões de dólares até 2030, mais do que a soma dos custos com diabetes, doenças respiratórias e câncer, segundo as estimativas do Fórum Econômico Mundial. Nessa perspectiva, quanto mais pudermos apoiar, oferecer serviços de qualidade e cuidar das pessoas, mais agilidade vamos ganhar no combate a este problema.

Com foco em uma estratégia cada vez mais ágil, devemos investir a nossa energia para gerar soluções para toda a nossa cadeia de valor e evitar que esse número torne-se ainda mais exponencial. Fazemos isso ao apresentar os sinais que indicam a existência de um problema e como as empresas podem agir prestando apoio a esses colaboradores no tratamento, por exemplo.

Mesmo que ainda seja um tabu para muitas pessoas falar sobre o estresse ou acreditar que foram diagnosticadas por algum problema emocional, a saúde mental de uma equipe é uma vantagem competitiva para as empresas. É primordial cuidar do fator humano e estimular a criação de uma rede de acolhimento, reconhecimento e encaminhamento de questões emocionais e mentais que contribua em ações preventivas e no empoderamento das pessoas a olhar para o autocuidado. Por isso, temos como objetivo diminuir cada vez mais as barreiras e construir iniciativas mais humanizadas.

Como gestores de saúde, temos a responsabilidade de nos antecipar e contribuir para reduzir a ansiedade e estresse no ambiente corporativo, e também de sermos porta-vozes em liderar esta discussão – as crises oscilam, mas os problemas emocionais são geracionais! Essa batalha é de todos nós!

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