Reflexão e propósito

O valor da seriedade e do compromisso socioambiental

Por Flavio Rietmann, CFO da Veritas Capital Management

É crescente, no Brasil e no mundo, o contingente de cidadãos que valoriza a responsabilidade socioambiental, o compliance e a lisura das empresas. Tal percepção ficou ainda mais evidente nesta pandemia da Covid-19, na qual as organizações que agregam os cuidados com a saúde e a valorização da vida em sua comunicação institucional e publicitária e na relação com os stakeholders têm angariado maior simpatia da sociedade. Um forte viés do “julgamento” da opinião pública concentra-se na questão ecológica.

Esses conceitos advindos da população, como não poderia deixar de ser, sensibilizam cada vez mais as lideranças empresariais e investidores. Atuando nesse setor, é possível perceber de modo acentuado essa tendência durante a interação com numerosos gestores de recursos e nos questionários de processos de due diligencie. Tem sido relativamente normal que executivos preocupados com o tema escolham investir em ações somente de companhias efetivamente comprometidas com o tripé da sustentabilidade, ou seja, os chamados indicadores ASG (Ambiental, Social e de Governança).

Muito provavelmente, em nossa área de alocação de recursos em fundos de terceiros e em ações o posicionamento nesse tema será um dos critérios que serão analisados em nossos comitês. Entendemos que isso será cada vez mais relevante nos distintos mercados e segmentos.

Assim, é importante que todas as organizações reflitam sobre essas questões e se preparem adequadamente para atender à demanda dos indicadores ASG. Para isso, é fundamental a adequada governança corporativa, que parte, a rigor, das atitudes corretas dos administradores, executivos e colaboradores. Entendemos que não existe empresa séria e governança efetivamente eficaz e comprometida com princípios corretos se estes valores não estiverem fortemente arraigados no seu elemento humano e em suas lideranças. Ou seja, uma organização é feita à imagem e semelhança das pessoas que as administram e nelas trabalham.

É imprescindível refletir sobre isso no presente cenário global. No mundo de hoje, praticamente toda empresa que quiser crescer e se perpetuar terá de estar alinhada e comprometida com os indicadores ASG. A sociedade está conclamando cada vez mais o universo corporativo a assumir responsabilidades pelos impactos que causa, pela qualidade da vida e pelo engajamento na Agenda 2030-Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Quem não se pautar por essa realidade terá espaços cada vez mais restritos nos mercados.

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